sexta-feira, 28 de junho de 2013

Jaime Cimenti

O Brasil no divã

Escrevo estas linhas na segunda-feira, dia 24, à tarde, esperando que à noite haja fogueiras só de São João. Sei que os protestos que ocorreram pelo Brasil falam de cinco ou seis reivindicações principais e de dezenas de outras, e, claro, a gente sente que ainda é cedo para saber no que vai dar esse movimento que semana passada colocou um milhão de pessoas nas ruas do País.

Difícil, temerário falar sobre algo desse tipo, tamanho e em andamento. Mais: em velocidade tão rápida. As autoridades públicas e os eleitores ainda procuram entender tudo o que está acontecendo e buscam palavras e atos adequados para interromper o silêncio e a estupefação.

Depois dos movimentos do período militar, das Diretas Já! e do impeachment de Collor, evoluímos nos costumes, na democracia e na economia. É certo que precisamos de reavaliações e novos rumos.  Normal. O século XX foi marcado por muitas e rápidas mudanças, muito bem analisadas e descritas na obra Choque do futuro, do norte-americano Alvin Toffler. O século XXI parece ainda mais rápido, digital, instantâneo.

O melhor é esperar por manifestações e soluções legais, democráticas, serenas e pacíficas. O melhor para todos é esperar pelo melhor e procurar agir para que isso aconteça. Os brasileiros sempre foram profissionais da esperança e nossas tradições históricas demonstram, felizmente, poucas guerras e conflitos. Precisamos nos apoiar no que temos de bom, nas nossas qualidades, e seguir adiante, como em qualquer processo terapêutico bem-sucedido.

O caminho da democracia nunca foi fácil, tem seus problemas, a História mostra, todo mundo sabe, mas, como disse alguém, é o caminho menos ruim. Acho que eu e todas as torcidas, de todos os times, estamos torcendo para o melhor resultado.

Os que se aproveitam indevidamente do poder e que prejudicam os verdadeiros interesses nacionais certamente estão atentos a tudo que está acontecendo e é de se esperar que boas mudanças aconteçam. Nós e o Brasil merecemos e acredito que vamos trabalhar para isso.

Jaime Cimenti

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