Existem pessoas diferenciadas e existe o Clovis Tramontina, ou o Clovis, como a maioria gosta de chamá-lo. Existem empresas eficientes, ousadas e criativas e existe a Tramontina, que tem cento e dez anos e, atrevida, produz 22 mil itens diferentes e exporta para mais de cem países.
Clovis Tramontina - Paixão, força e coragem (Editora AGE, 347 páginas, R$ 37,70), lançado há poucos dias, mostra a trajetória de Clovis, que em muitos aspectos se confunde com a da empresa que carrega seu nome. Rosane Mesturini Fantinelli coordenou o projeto, Fátima Torri coordenou a produção, Vania Rommel fez a pesquisa, Itamar Melo assinou os textos, Paola Manica assinou a capa, o projeto gráfico e a diagramação e Letícia Remião elaborou a imagem da capa. Tudo sob a supervisão editorial da AGE.
A obra tem apresentações do governador Eduardo Leite, da empresária Luiza Trajano, Luciano Huck, Décio da Silva, Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, Julio Mottin Neto, Antônio D'Alessandro, Nelson Sirotsky, Jorge Gerdau Johannpeter, Décio Dupont, Betania Tanure e Cláudio Zaffari, José Galló e Fátima Torri.
Com belas fotos e relatos comoventes, a obra narra o nascimento da Tramontina, seu desenvolvimento e a conquista do mundo e mostra o homem e o empresário Clovis, uma pessoa simples, direta, objetiva, impulsiva, impaciente, intempestiva, apressada, mas ao mesmo tempo um ser frágil, sentimental, humano, que, generosamente, mostra suas perfeições e algumas poucas imperfeições, para nos inspirar.
Numa época e num mundo carente de referências consistentes e duradouras, Clovis nos mostra como é possível administrar uma corporação gigante com eficiência e humanismo, cultivar a família, os amigos e o futebol e viver várias vidas de modo pleno, sempre com energia boa e bom humor, mesmo enfrentando uma doença séria e interminável e os problemas sociais, econômicos e políticos que andam por aí. Clovis e a Tramontina atravessaram e atravessam períodos bons e difíceis com muito trabalho, otimismo e fé.
A renda obtida com o livro será revertida para entidades beneficentes.
Moacyr Scliar, o médico e a saúde pública
Moacyr Scliar, o grande escritor, imortal da Academia Brasileira de Letras, autor de romances essenciais como O centauro no jardim e criador de personagens eternos como o Capitão Birobidjan, o Quixote Hebraico, do romance O Exército de um Homem Só e colunista de jornal por muitos anos, foi, também, como se sabe, especialmente na "vida real", excelente professor e médico sanitarista.
Moacyr Scliar - Medicina, Saúde Pública e História (Padula Editora, 320 páginas), de Germano Mostardeiro Bonow, ex-deputado estadual e federal e Secretário Estadual de Saúde e do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul em dois períodos, é um alentada obra que resultou de muitos anos de pesquisa e nos permite visualizar, com detalhes e em profundidade, as múltiplas atividades de Scliar no campo da saúde pública. Como se sabe Scliar foi durante décadas professor universitário e funcionário da Secretaria da Saúde do RS.
O livro entrelaça as principais três dimensões da biografia de Moacyr Scliar voltada para a medicina. A primeira trata de sua formação médica, a segunda está relacionada com opção, desde cedo , pela saúde pública e a terceira a grande contribuição que Scliar sempre deu para o registro da história da medicina.
Bonow fez um trabalho minucioso e completo, um labor de relojoeiro, partindo de uma sólida base documental e de publicações de centenas de crônicas veiculadas sobretudo em Zero Hora. A obra inicia com aspectos de infância de Scliar e logo após mostra com detalhes os anos na faculdade de medicina da UFRGS e os primeiros trabalhos com a saúde pública.
Nas unidades da Secretaria da Saúde, o jovem médico Moacyr, ao lado das equipes responsáveis pela execução da política regional de saúde pública, viu os efeitos positivos, que depois foram transportados para programas nacionais, como por exemplo o Programa Nacional de Imunização e o Sistema Único de Saúde. Dos relatos fica a importância de sonhar, diagnosticar, planejar, executar e avaliar os resultados, procedimentos caros e indispensáveis às políticas de saúde, sem os quais não se avança para enfrentar epidemias e doenças não transmissíveis.
A obra fala da experiência em Teutônia, em 1965, quando um surto de uma doença desconhecida abalou o município. Uma lista de grandes médicos brasileiros, como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Euryclides Zerbini, Adib Jatene e outros está no volume, mostrando como Scliar gostava de reverenciar e registrar os profissionais da medicina que marcaram a história da saúde no Brasil.
Nas páginas finais do livro, os belos registros da formatura da turma médica de 1962, com trechos do discurso do orador, que foi Moacyr Scliar. Ele tinha participado de movimentos estudantis, entre eles o lendário episódio da legalidade.
Germano Mostardeiro Bonow foi amigo de Scliar e colega de trabalho durante décadas e protagonizou muitos episódios que envolveram a trajetória dos dois grandes sanitaristas, mas no livro, Bonow mostra suas conhecidas bondade e generosidade e enfoca o imenso legado médico de Scliar. Agora é aguardar o livro sobre Bonow.
A propósito...
Num momento em que estamos torcendo para o fim da pandemia e no qual se discute muito sobre ciência, medicina, vacinação, ética, medicamentos, administração da saúde pública e outros temas vitais, a obra de Bonow sobre Scliar é muito mais do que oportuna. Ela ilumina os caminhos futuros e mostra como estudos, programas de saúde pública e trabalho coletivo são importantes e fundamentais para que possamos lutar contra inimigos por vezes desconhecidos. As vivências de Bonow, Scliar, Jair Soares e outros na administração da saúde no RS e em nível nacional são experiências que merecem lembrança e que servem de exemplo para todos quantos queiram enfrentar, com sucesso e humanismo, os problemas de saúde que temos.
Lançamentos
- Filô, o beija-flor perdido (Editora Escuna, 24 páginas, R$ 25,00), primeira obra infantil do consagrado jornalista e escritor José Luiz Prévidi, do Blog do Prévidi, com ilustrações de Miguel Martins Maiocchi, apresenta uma sensível história que envolve solidariedade e amizade, que teve o apoio do Grupo Zaffari.
- Todos na mesma página - Não se alcança a excelência sem fazer o básico (Editora Buqui, 208 páginas, R$ 29,90), de Bertran S. Filomena e Biagio Caetano Filomena, fala de gestão empresarial, desenvolvida por práticas que trazem resultados. A obra comemora os dez anos da BCF Consultoria e Tecnologia, especialista em gestão organizacional.
- Era crônica que me faltava - Quando o cotidiano encontra explicação (Pubblicato, 148 páginas, R$ 45,00), do jornalista e palestrante farroupilhense Egui Baldasso, fala com modernidade e vibração de amor, família, redes sociais, velhice, cotidiano, gente simples e muitos outros temas empolgantes.