02 DE JULHO DE 2020
INFORME ESPECIAL
Em tempo
Publiquei ontem aqui na coluna um texto explicando por que ainda é difícil acreditar na versão paz e amor de Jair Bolsonaro. Usei um argumento que gerou a compreensível reação de alguns leitores, aos quais agradeço pela disposição do diálogo.
Afirmei que a parcela de 30% da população brasileira que apoia o presidente se alimenta do antagonismo, especialmente em relação ao STF, ao Congresso e à esquerda em geral. Deixei de contemplar, no texto, o segmento que gosta do presidente por outros motivos. Foram integrantes dessa parcela que me escreveram.
Tanto não são movidos pelo ódio, que foram extremamente cordiais, embora incisivos, nas suas manifestações. "Honestidade" e "vontade de mudar o Brasil" são alguns dos atributos que identificam no presidente.
Faço esse registro com imensa alegria e com a renovada convicção de que o diálogo, também na discordância, é bem mais construtivo do que a gritaria e os dedos em riste.
Do bem
Mais de 31 mil máscaras foram doadas para 10 instituições sociais das cidades de Campo Bom e Novo Hamburgo (foto) e para a Delegacia Regional de Policia Civil do Vale do Sinos. A ação foi da Texstan, indústria de equipamentos de proteção facial. A empresa foi criada há dois meses pelo grupo Boxflex e, por causa da pandemia, foi expandida de uma para oito linhas de produção, empregando 50 pessoas na fabricação de 400 mil máscaras por dia.
Um recorde para comemorar no RS
As destinações de imposto de renda para ajudar crianças e idosos no Rio Grande do Sul bateram um recorde esse ano: projeções indicam que os fundos estaduais da criança e do idoso receberão diretamente cerca de R$ 20 milhões que, em vez de irem para Brasília, serão repassados a creches, casas de acolhimento, abrigos, lares e asilos. O sucesso se deve, entre outros fatores, à mobilização de amplos setores da sociedade. Um deles é a Assembleia Legislativa, que lançou a campanha "Valores que ficam". Mais do que o resultado, merece destaque o fato de a iniciativa ter sido lançada na gestão passada, liderada pelo deputado Luís Augusto Lara, e ter continuado na atual, do deputado Ernani Polo.
As destinações aos fundos da criança e do idoso podem ser feitas por empresas e por pessoas físicas, que entregam uma parte do imposto de renda para esse fim, seja na captação realizada pelas instituições do terceiro setor ou diretamente pelos fundos responsáveis pela projeção de R$ 20 milhões referida anteriormente. Os valores definitivos devem ser conhecidos na semana que vem.
Boa parte do terceiro setor depende dessas verbas para manter suas estruturas de atendimento que, além de cuidar das pessoas que precisam, ajudam a reduzir a pressão sobre os serviços do Estado.
Para o ano que vem, o desafio será ainda maior. Com a desaceleração da economia, os valores disponíveis para doação no imposto de renda deverão sofrer uma queda considerável. O terceiro setor precisará ainda mais da mobilização de todos nós.
TULIO MILMAN
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