O mapa das startups no South Summit
Um dos maiores eventos de inovação do mundo, o South Summit Brazil tem início na próxima semana. Dentro da programação da terceira edição da conferência, que ocorre em Porto Alegre entre os dias 9 e 11 de abril, destaca-se a Competição de Startups, cujo objetivo principal é promover iniciativas inovadoras, oferecendo a oportunidade de fechar negócios por meio de reuniões individuais com investidores e corporações em busca de novidades.
Segundo a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Rio Grande do Sul, a edição deste ano recebeu 2.129 inscrições de 79 países. Entre elas, 50 iniciativas de 11 países avançaram para a fase final.
Panorama das nacionalidades
Em 2024, 15 países contavam com startups finalistas, número que caiu para 11 em 2025. O Brasil segue como o país com maior representatividade - aumentou de 25 para 28 startups em relação ao último ano. O Chile também apresentou um crescimento, passando de três para seis. Israel, que participou em 2024, não estará presente este ano. Por outro lado, novos países ingressaram na competição, como Indonésia e Polônia.
Sendo assim, das 50 finalistas, 56% (28 startups) são brasileiras. Em seguida, aparece o Chile com 12% (6); Argentina e México com 6% (3); Uruguai, Estados Unidos e Espanha com 4% (2); e Portugal, Polônia, Alemanha e Indonésia, que juntos somam 8% (1 startup cada).
Balanço do RS
Do Rio Grande do Sul, o número de finalistas subiu de cinco, em 2024, para 11 neste ano, ou seja, mais do que dobrou. A Secretaria ressalta, porém, que a maior mudança está na diversificação de setores. Embora a saúde e a biotecnologia continuem representadas, há um aumento significativo de startups nos setores de tecnologia digital, legaltech (serviços tecnológicos para o setor jurídico), fintech, smart cities e indústria 5.0, o que reflete um ecossistema mais adaptado às necessidades globais e locais.
- Ocupamos o primeiro lugar em inovação no Brasil e este holofote que o South Summit coloca no RS nos projeta como protagonistas no cenário latino-americano. Outro ponto importante é o fortalecimento do ecossistema gaúcho de inovação com este aumento de empresas gaúchas na final da competição de startups - destaca Simone Stülp, secretária da SICT. _
Medalha a Felipe Neto
O youtuber Felipe Neto recebeu, na sexta-feira, a Medalha da 56ª Legislatura do Parlamento Gaúcho. A homenagem foi proposta pelo deputado Leonel Radde (PT) em razão da atuação do influenciador na enchente no RS.
- Em momentos de tragédia, é obrigação daqueles que detêm o poder, seja ele financeiro ou político, agir em função daqueles que precisam de ajuda - disse.
Por questões de segurança e ameaças, ele não veio ao RS. _
Entrevista - Márcio Tavares - Secretário-executivo do Ministério da Cultura
"Nosso povo gosta de cultura, mas às vezes o que falta é acesso"
Em março de 2025, o Ministério da Cultura completa 40 anos de existência. Sobre a data, a história, o recente Oscar do filme Ainda Estou Aqui e a atuação da ministra Margareth Menezes, a coluna conversou com o secretário-executivo do Ministério da Cultura, o gaúcho Márcio Tavares.
Qual avaliação dos 40 anos?
Muito positiva. O tempo de existência do ministério se confunde com o tempo da redemocratização do Brasil, com a saída da ditadura militar, a aprovação da nova Constituição, documento que consagrou os direitos culturais como um direito de cidadania e o órgão como um agente articulador da promoção desses direitos. Nesses 40 anos, o ministério chegou a ser extinto três vezes: uma vez no governo do presidente (Fernando) Collor, outra no governo (Michel) Temer, e depois no governo anterior (de Jair Bolsonaro).
Fora isso, temos um tempo de acúmulo de políticas culturais, como a Lei Sarney na década de 1980, que em 1991 vira a Lei Rouanet, o instrumento de incentivo fiscal de fomento mais antigo que temos. Mas instituiu também o Fundo Nacional de Cultura, que existe até hoje. Na década de 1990 a retomada do cinema brasileiro, nos anos 2000, com (então ministro) Gilberto Gil, veio a ampliação do conceito de cultura, a era da política de cultura viva e dos pontos de cultura, até chegar hoje, nesse momento que temos políticas altamente capilarizadas. Hoje, o ministério se consolidou como um vetor articulador que responde por uma dinâmica importantíssima da vida brasileira.
Em 2023, na retomada da pasta, como a encontraram?
As descontinuidades das políticas culturais do ministério são sempre muito prejudiciais para a instituição. O que encontramos era um ministério que estava organizado para descontinuar as políticas de cultura, então foi um esforço desses dois primeiros anos para recuperar a institucionalidade, a moral dos servidores, a capacidade de trabalho e, nesse mesmo período, executar as leis da cultura, o maior volume de investimentos do fundo setorial do audiovisual da história.
O Oscar de Ainda Estou Aqui eleva a cultura do país? Em algum momento o fomento à cultura poderá dispensar, de alguma forma, o apoio estatal?
Acho que (o Oscar) é uma chancela importante de um trabalho que vem sendo desenvolvido há muito tempo. O audiovisual brasileiro tem qualidade. E a cultura brasileira é o maior ativo de representação que o Brasil tem no futuro. Quando saímos do Brasil, a partir da nossa arte, oferecemos uma representação positiva do país. Acho que sempre haverá necessidade do financiamento público. Ele é complementar. Precisamos ter o Estado e o mercado funcionando de forma articulada.
Há o discurso de parte da população que diz que a cultura do país não tem relevância. Como mudar isso?
A primeira coisa, (dizer) que o povo brasileiro não gosta do audiovisual brasileiro, acho isso muito relativo. As pessoas gostam das obras brasileiras, do audiovisual brasileiro. Com relação à música, nem se fala. A diversidade que o Brasil tem em termos regionais, étnico-raciais, forma uma possibilidade única de ter um manancial de histórias, de ritmos, de formação de iniciativas culturais inovadoras. Quando demonstramos os números e a fluência, demonstramos que o nosso povo gosta muito da nossa cultura e, às vezes, o que falta é acesso, estar mais próximo. Temos que cada vez mais valorizar, cada vez mais dar conhecimento. O Brasil tem um futuro gigante através do apoio à cultura.
A oposição diz que a ministra Margareth Menezes utiliza a estrutura da pasta para autopromoção. Como avalia isso?
Acho que a ministra é uma artista já consagrada no Brasil e internacionalmente. Não precisa de autopromoção para ser mais conhecida. A oposição deveria se preocupar com coisas mais concretas no nosso país que estão precisando realmente de cuidado e não ficar buscando tratar de picuinha. Acho que esse tipo de ilação não tem sentido nenhum. _