A ditadura escancarada
A bomba-relógio explodiu. Desde domingo, a Venezuela acumula todos os componentes para a consolidação de um golpe perfeito para a manutenção da ditadura. É quase um coquetel de ações articuladas nas entranhas do Palácio de Miraflores, sede do reino de Nicolás Maduro em Caracas: primeiro, uma vitória é anunciada sem detalhes dos números ou divulgação de atas de votação, após um apagão que o governo atribui a um ataque hacker. O objetivo prático dessa tática é criar desorientação, embaralhar as cartas, eventualmente apontar a culpa, se nada der certo, ao inimigo externo.
Diante da desconfiança internacional, o roteiro conhecido dos autocratas segue, com repressão interna, com feridos e mortes (ao menos 11 até ontem), que servem de argumento para o regime dobrar a aposta na violência - e justificá-la.
Terceiro, a prisão de líderes da oposição. O primeiro desse capítulo atual é Freddy Superlano, figura conhecida da política venezuelana. Não duvide, virão outros. Quarto, uma autoridade do governo vai à TV para afirmar que há uma tentativa de golpe em curso. O papel coube ao truculento ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, eminência parda do regime e, em geral, ventríloquo de Nicolás Maduro.
A ditadura inverte a realidade, colocando-se na figura de vítima, quando, na verdade, é algoz. _
Entrevista - Victor Del Vecchio
Analista político, advogado e mestre em Direito Internacional
"Mesmo em regiões maduristas, dessa vez havia opositores"
A coluna conversou com o analista político Victor Del Vecchio, de São Paulo. Ele está em Caracas e falou sobre o clima das ruas.
? Como você está acompanhando as informações das eleições?
A mídia aqui é muito cerceada, então felizmente existem hoje outras formas de nos informar, sobretudo mídias independentes, redes sociais, o que também traz uma outra questão que é a desinformação. Essas agências também têm, muitas vezes, um crivo de checagem menor, então tenho observado muita fake news em torno das eleições de todos os lados. Contudo, consegui, sobretudo nos atos da Maria Corina (líder da oposição), conversar com a imprensa que está aqui. E existem muitas pessoas, que inclusive são venezuelanas, mas estão vinculadas à imprensa de outros países que conseguem fazer uma apuração um pouco mais imparcial e com uma checagem de fatos também maior. E, claro, consumir também a informação que o governo oferece, sabendo do viés que ela entrega.
? Como foi o dia da eleição?
O clima no dia das eleições era de apreensão, mas pelo que pude acompanhar, foi um dia relativamente tranquilo na maior parte do país, claro, com alguns episódios isolados, mas que não comprometeram o processo eleitoral como um todo. Porém, ficou uma grande tensão e apreensão até o anúncio do resultado e quando, a partir disso, começou uma grande incerteza, que no dia seguinte já se tornou uma grande convulsão social com as ruas tomadas de protestos.
? Houve panelaços e protestos. O que mais chamou a atenção nos últimos dias?
Me chamou a atenção que ambos os lados têm um apoio muito grande, então presumir com base numa imagem do apoio popular que um lado ou o outro venceu seria impreciso, uma vez que ambos os lados possuem um grande apoio popular. Me chamou a atenção que mesmo em regiões que são historicamente chavistas ou maduristas, dessa vez havia opositores, tanto pessoas demonstrando apoio, quanto nos dias seguintes manifestando. _
Médicos do RS na disputa nacional
Nos próximos dias 6 e 7 de agosto, médicos gaúchos poderão escolher seus representantes para compor o Conselho Federal de Medicina (CFM). O RS conta com quatro chapas inscritas.
O processo se dará em formato online e a chapa eleita terá um mandato de cinco anos.
- Todos os Estados têm os seus representantes e isso é importante, pois podemos fazer reivindicações que outros não fazem - diz a presidente da Comissão Regional Eleitoral das Eleições para Conselheiro Federal do RS, Cláudia Muller. _
Chapa 1 - Fazendo a Diferença
Efetivo: Tatiana Bragança de Azevedo Della Giustina
Suplente: Marco Aurélio Grudtner
Chapa 2 - Autonomia-Valorização-Respeito
Efetivo: Carlos Orlando Pasqualotto Fett Sparta de Souza
Suplente: Gerson Junqueira Junior
Chapa 3 - CFM que Queremos
Efetivo: Rosângela Dornelles
Suplente: João Carlos Batista Santana
Chapa 4 - Tranforma CFM
Efetivo: Tânia Weber Furlanetto
Suplente: Luciano Haas
O reitor da UFRGS, Carlos Bulhões, faz mistério sobre seu futuro, quando deixar a gestão da universidade, após quatro anos. Sorri e desconversa até quando perguntado se irá descansar a partir de 20 de setembro, quando passa o bastão para a futura reitora Márcia Barbosa.
Equatorial em comitiva nos EUA
Uma comitiva brasileira está participando da Missão de Comércio Reverso de Tecnologias de Distribuição de Energia do Brasil, da Agência dos Estados Unidos para o Comércio e Desenvolvimento (USTDA). Entre os representantes, um membro da Equatorial Energia. A coluna apurou que esse representante cobre o Rio Grande do Sul.
A ideia é de que empresas dos EUA possam debater oportunidades de implantação de tecnologia digital no setor de energia elétrica do Brasil. Até a próxima semana, os representantes compartilham suas inovações.
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