
RECONHECIMENTO
Docentes da UFSM conquistam prêmio de inovação em saúde
Marli Matiko Anraku de Campos e Vanessa Ramos Kirsten foram premiadas por soluções inovadoras em diagnóstico rápido de tuberculose e vigilância nutricional. Entre as instituições indicadas, a Universidade Federal de Santa Maria foi a única do Rio Grande do Sul reconhecida
Duas professoras da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) venceram o 17º Prêmio de Incentivo em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Sistema Único de Saúde (SUS). As indicações foram divulgadas em julho deste ano, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a premiação ocorreu no início do mês, em Brasília.
Entre as universidades indicadas, a UFSM foi a única instituição gaúcha premiada.
- Foi muito emocionante ganhar o prêmio, conseguir mostrar o que estamos produzindo no Interior. As pessoas acreditam que somente nas capitais se consegue fazer boas pesquisas, e assim a gente começa a ser mais reconhecido - diz a professora Marli Matiko Anraku de Campos, que leciona no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFSM.
Marli venceu na categoria Produtos e Inovação em Saúde com o Teste Molecular Rápido para Tuberculose, contemplada com R$ 70 mil, além de troféu e certificado. Ela espera que a solução que desenvolveu possa alcançar mais pessoas.
Já a professora Vanessa Ramos Kirsten, dos Programas de Pós-Graduação em Saúde e Ruralidade e em Gerontologia, recebeu o terceiro lugar na categoria Experiências Exitosas do Programa Pesquisa para o SUS, levando R$ 30 mil e certificado. Ela ganhou com o trabalho Qualificação da Vigilância Alimentar e Nutricional: uma proposta de educação permanente em saúde para melhoria da qualidade da atenção à saúde nos municípios do RS.
Ambos os projetos foram desenvolvidos com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (Fapergs).
Teste rápido para tuberculose
O exame, chamado Teste Molecular Rápido para Tuberculose, foi criado no Laboratório de Micobacteriologia da UFSM, coordenado pela professora Marli. O objetivo da solução é reduzir o tempo de detecção da doença para até duas horas de espera. Hoje, o diagnóstico pode levar até 60 dias - entre os primeiros sintomas e o início do tratamento.
O procedimento utiliza uma amostra de escarro do paciente, que é misturada a reagentes e aquecida em um equipamento chamado termobloco. Em cerca de uma hora, é possível saber se há presença da bactéria causadora da tuberculose.
- Além de reduzir o tempo de espera, reduz também o custo, porque não dependemos de equipamentos caros. Agora, precisamos registrar na Anvisa para que o teste seja validado e possa ser comercializado. Estamos realizando testes e buscando essa certificação da Anvisa - frisa Marli.
O teste tem assertividade comparável ao teste utilizado atualmente, e custo de cerca de um décimo do exame tradicional. A redução de tempo de diagnóstico impacta na decisão de começo do tratamento, evitando a debilidade do paciente e o risco de óbito em casos de comorbidades.
Coleta de dados
O projeto de Vanessa busca qualificar os profissionais na coleta dos dados de Vigilância Alimentar e Nutricional, tais como peso e altura, para que sejam mais fidedignos. O objetivo é aperfeiçoar os cuidados de pacientes com problemas nutricionais, como obesidade e insegurança alimentar.
- A ideia partiu do intuito de entender quais são as barreiras na organização da Vigilância Alimentar e Nutricional. Analisamos estudos feitos em diferentes territórios e, a partir dessa revisão, publicamos um artigo na revista Ciência & Saúde Coletiva. Como projeto de pesquisa, desenvolvemos também ações de extensão e inovação - explica Vanessa.
Ela destaca que o recebimento do prêmio representa a valorização de uma temática que, muitas vezes, não recebe destaque entre as pesquisas, por não abordar uma doença.
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