sábado, 13 de dezembro de 2025



13 de Dezembro de 2025
ACERTO DAS TUAS CONTAS - Isadora Terra - Mariana Ribeiro

Analista de pesquisa do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec

"Se faz mal para a saúde, tem de ser regulamentado"

Consumidor verde

Mariana Ribeiro, analista de pesquisa do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) falou sobre o cenário da regulamentação de alimentos com alto teor de gordura saturada, sódio e açúcar no Brasil.

? Quais são os regramentos para propagandas de alimentos prejudiciais à saúde no Brasil?

Não temos nada específico sobre restrição da publicidade de ultraprocessados, por exemplo. Há regras para bebidas alcoólicas ou tabaco, mas, quando entramos no mundo da alimentação, não temos essa especificidade. Apesar do Guia Alimentar para a População Brasileira recomendar que sejam evitados e uma grande quantidade de evidências científicas associando a prejuízo à saúde, não há nada que proteja o consumidor deste tipo de propaganda.

E sobre promoções que incentivam a comprar alimentos de baixa qualidade nutricional em grandes quantidades?

Também não tem. O que a gente tem em específico é a questão da venda casada. Brindes, colecionáveis. Isso já não é mais permitido. Mas a propaganda, desconto de ultraprocessados, não tem nenhuma norma específica.

O que precisa ser feito?

Precisamos de uma lei que proíba a publicidade de ultraprocessados. Hoje, a maior parte das propagandas são desse tipo de alimento, uma vez que são produtos que precisam vender muito. Utilizam de diversas estratégias, como excesso de cores, vídeos chamativos, direcionamento para o público infantil com a utilização de linguagem e personagens que estão no universo infantil. Mesmo que isso seja proibido pela resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, ainda acontece muito.

Ainda há pouca discussão sobre isso no Brasil.

Sim, e foi por isso que criamos o Observatório de Publicidade de Alimentos, uma plataforma com informações sobre publicidade abusiva e enganosa onde também é possível fazer denúncias. Em alguns casos, o Idec encaminha para os órgãos competentes. O que sempre falamos é "se faz mal para a saúde, deve ser regulamentado". Seria muito importante ter normas mais robustas e mais fortes no nosso país quando se trata de produtos que fazem mal à saúde. _

Alívio no preço do tomate

Depois de ultrapassar os R$ 10 e rondar os R$ 8 nos últimos três meses, o preço médio do quilo do tomate atingiu, em novembro, o menor patamar desde fevereiro deste ano em Porto Alegre. A marca foi de R$ 6,39. É uma redução de 27,39% em relação ao mês anterior.

Foi a maior queda entre todos os alimentos da cesta básica na Capital, segundo o monitoramento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Leite integral (-7,27%), arroz agulhinha (-6,50%) e manteiga (-3,51%) também registraram redução no preço médio na comparação com outubro. Por outro lado, óleo de soja (1,51%), pão francês (0,73%) e batata (0,72%) tiveram aumento.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, café em pó (65,91%) e carne bovina de primeira (12,35%) atingiram as maiores altas. Batata (-41,59%) e a dupla arroz e feijão-preto (-29,76% e -38,77%, respectivamente) foram os que mais caíram nesse período. _

Ouça neste domingo, às 7h da manhã, a entrevista do programa "Acerto de Contas" com o professor de Economia da PUCRS Ely José de Mattos sobre o avanço do projeto que acaba com a escala 6x1 no Congresso Nacional. A votação foi simbólica, e a PEC seguirá para análise do plenário da Casa.

ACERTO DAS TUAS CONTAS

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