
Com Kast, direita reequilibra a balança de poder na América do Sul
O candidato José Antonio Kast foi eleito ontem o novo presidente do Chile, em um processo eleitoral que marca o retorno da direita ao poder no país sul-americano, depois de quatro anos de Gabriel Boric no Palacio de la Moneda. O pleito também significou uma contundente derrota da esquerda no país sul-americano.
Sua vitória reequilibra a balança ideológica de poder na América do Sul, que, até este domingo, pendia para a esquerda e centro-esquerda.
Kast (Partido Republicano), que muitas vezes foi considerado o "Jair Bolsonaro chileno", chega à presidência em sua terceira tentativa. No segundo turno, realizado ontem, ele derrotou Jeannette Jara, do Partido Comunista, com 58,2% dos votos contra 41,8% da líder de esquerda, que exerceu o cargo de ministra do Trabalho do governo de Boric.
Foi uma eleição marcada não apenas pela polarização direita-esquerda, mas também pelo forte apelo por uma agenda de segurança. Essa é uma das principais preocupações da população, depois dos protestos que sacudiram o país, iniciados em razão da elevação dos preços do transporte público de Santiago e que se tornaram um grito contra as políticas neoliberais.
O governo Boric, o presidente mais jovem a chegar ao La Moneda, em 2021, também encerra seu mandato com forte rejeição: mais de 60%. Ele enfrentou ainda uma acusação de assédio sexual contra uma mulher, que teria ocorrido em 2013, mas que o presidente nega categoricamente.
Esse também foi um pleito marcado por fantasmas do passado recente e mais antigo do Chile. Fissuras da ditadura de Augusto Pinochet seguem presentes, como o apoio de Kast a próceres do regime, assim como as promessas não cumpridas de uma nova Constituição pós-estallido social e pós-Pinochet por parte de Boric.
Kast é advogado, tem 59 anos, e consolidou sua agenda em torno da promessa de um governo de emergência contra a criminalidade e a imigração ilegal. "O Chile voltará a ser um país seguro" é um dos slogans de sua campanha.
Com a vitória de Kast, a direita contabilizará seis presidentes na América do Sul. Atualmente, comanda o Paraguai (Santiago Peña), o Equador (Daniel Noboa), a Argentina (Javier Milei), a Bolívia (Rodrigo Paz Pereira) e o Peru (Dino Baluarte).
A esquerda governa no Brasil (Lula), na Venezuela (Nicolás Maduro), na Guiana (Irfaan Ali), no Suriname (Jennifer Geerlings-Simons) e no Uruguai (Yamandú Orsi). _
Atacar judeus em celebrações religiosas não é por acaso
Não há lugar seguro para judeus - nem em Israel, como ficou evidenciado no massacre de 7 de outubro de 2023. Vitaminado por discursos de ódio e instrumentalizado politicamente, o antissemitismo tem transitado rapidamente de declarações retóricas, pichações em muros e cartazes aparentemente inofensivos para atos mortíferos, durante celebrações religiosas em diferentes quadrantes.
O massacre de dois anos atrás em Israel ocorreu durante o Simchat Torá. Ontem, na Austrália, foi no Chanuká, a festa das luzes, que marca a vitória dos macabeus contra o rei Antíoco IV e a reconquista do segundo Templo de Jerusalém, no século 2 a.C. É emblemática justamente por simbolizar a luta pela liberdade religiosa.
Atacar judeus em momentos de celebração de sua fé, como ontem, não é por acaso. É uma tentativa de impor o medo.
O conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas contribuiu para o aumento do antissemitismo pelo mundo. Os relatórios em diferentes países documentam essa realidade. Confunde-se as condenáveis ações do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Gaza, com o direito do povo judeu de existir e viver em paz, algo inalienável.
Condenar e criticar manobras militares, ataques a civis e decisões políticas é uma coisa. Desejar o extermínio de um povo é outra. Antissemitismo é racismo.
A série de ataques que matou ontem pelo menos 15 pessoas na praia de Bondi, em Sydney, ocorreu em um dos países mais seguros do mundo, inclusive com restrições severas a armas que dificultaram, desde 1996 (o último grande ataque do tipo), massacres. Mas não é um ato isolado. No último dia 3, o principal documento sobre antissemitismo na Austrália, o relatório ECAJ Report on Anti-Jewish Incidents in Australia 2025, salientou que incidentes contra judeus mantiveram-se em patamares historicamente altos, com picos sustentados após 7 de outubro de 2023.
Dados indicam que o volume foi, em média, quase cinco vezes maior que o usual em anos anteriores, sinalizando mudança estrutural no ambiente de segurança para judeus no país. O relatório agrupa os atos em duas categorias: vandalismo, agressões, ameaças, interrupções em eventos e distribuição de propaganda neonazista; e discurso público, como declarações hostis online e off-line e campanhas de deslegitimação.
Ações coordenadas das autoridades, como maior investigação e inteligência policial, prevenção online, proteção de locais sensíveis e políticas públicas, são fundamentais. Mas não se vence o antissemitismo sem declarações públicas de condenação, como boa parte dos governos, inclusive do Irã, o fez em relação ao atentado em Bondi. O Brasil, em nota, repudiou o ataque e o ódio aos judeus. Agiu, dessa vez, rápido.
Os integrantes da CPI dos Pedágios
A CPI dos Pedágios, que deve ser instalada amanhã na Assembleia Legislativa, já está composta. O grupo, que terá como presidente o proponente, deputado Paparico Bacchi (PL), se propõe a analisar as concessões de rodovias estaduais à iniciativa privada.
Contou com a assinatura de 20 deputados - de esquerda e de direita. Seus membros serão, além do presidente, os seguintes parlamentares: Miguel Rossetto (Federação PT/PCdoB), Sofia Cavedon (Federação PT/PCdoB), Haley Lino (Federação PT/PCdoB), Frederico Antunes (PP), Guilherme Pasin (PP), Rafael Braga (MDB), Capitão Martim (Republicanos), Professor Bonatto (PSDB), Tiago Cadó (PDT), Aloisio Classmann (União) e Felipe Camozzato (Novo). _
premiação
Aos 30 anos, a Capacità Eventos fecha 2025 com muito a comemorar. Realizou o gerenciamento dos pavilhões dos países na BlueZone, na COP30, operou a AgriZone, e os serviços no estande do Sebrae da Green Zone. A empresa gaúcha ganhou, ainda, quatro troféus Jacaré no Prêmio Caio 2025, a principal do setor.
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