domingo, 8 de dezembro de 2013


08 de dezembro de 2013 | N° 17638 VERISSIMO
As aventuras da família Brasil

A cantada

— Quero ir para a cama com você.

— O quê?! — No momento em que vi você entrando no bar, pensei: quero ir para a cama com essa mulher.

— Olha aqui, não sei quem você pensa que eu sou, mas...

— Por favor, não se ofenda. Talvez não aconteça de nós irmos juntos para a cama. Provavelmente não vai acontecer. Mas achei que você deveria saber o sentimento que despertou em mim, no momento em que a vi. Eu sei, você deve estar pensando: “quem é esse maluco que sai da mesa dele e vem até a minha me dizer que quer ir para a cama comigo?

Que nem sabe o meu nome ou qualquer outra coisa a meu respeito, que nem liga para o homem que está comigo e daqui a pouco vai se levantar e pedir satisfações”. Mas acredite, eu não sou um louco. Minhas intenções são as mais puras, eu...

— Puras? Você vem aqui dizer na minha cara e na cara do meu namorado que quer fazer sexo comigo e...— Espera aí. Quem falou em sexo? Eu não falei em sexo.

— Como? — Cama não é só para sexo.

— Não entendi...— Eu disse que queria ir para a cama com você. Não fazer sexo.

— Você quer dormir comigo, é isso? Dormir mesmo. Só dormir.

— Não. Só dormir, não. Tudo que vem antes, durante e depois de dormir. Tudo que um casal faz junto, quando estão casados há tempo. Os velhos hábitos. Quem dorme de que lado, quem fica lendo até tarde e o outro reclama.

Quem tem pés frios e faz questão de encostá-los nos pés do outro. As conversas de cama: “como foi o seu dia? Como está a sua lombalgia? Quando será que os netos vêm nos visitar?”. Nos imaginei acordando na mesma cama, os dois meio emburrados pelo sono.


A decisão de todos os dias: quem vai ao banheiro primeiro? O que os dois fazem no banheiro. As escovas de dente dos dois lado a lado. Existe coisa mais comovente do que duas escovas de dente

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