07
de novembro de 2013 | N° 17607
EDITORIAL
ZH
A MELHOR RESPOSTA
Questionada
durante uma hora e seis minutos por profissionais do Grupo RBS ontem pela manhã,
no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff falou com franqueza, bom
humor e segurança sobre assuntos tão diversos quanto a espionagem norte-americana,
as manifestações populares no país e as brincadeiras com sua imagem feitas por
atores de televisão e chargistas. Não deixou de responder nem mesmo a perguntas
mais irreverentes sobre seus sentimentos e hábitos pessoais, incluindo-se aí a
célebre escapada na carona de uma moto pelas ruas de Brasília.
Mas
a melhor resposta, do ponto de vista do interesse nacional, talvez tenha sido a
que deu para a questão da criminalidade, uma das grandes mazelas do país, que não
se reduziu com a ascensão social e a retirada da miséria de expressiva camada
da população, por meio dos programas de transferência de renda implementados
nos últimos governos.
– A
nossa arma para enfrentar esse problema é a educação – afirmou a presidente,
acrescentando que agora, com os royalties do pré-sal, o país terá recursos para
construir creches, pagar adequadamente os professores e qualificar o ensino. Dilma
admite que a miséria gera o ambiente adequado para o aumento da criminalidade e
garante que o governo tem como meta imediata o resgate de 600 mil brasileiros
que nem sequer têm acesso ao Bolsa Família.
Mas
reconhece, também, que alguns fatores da violência não são resolvidos apenas
com o aumento de renda. Por isso, comprometeu-se, o governo vai investir
fortemente em educação nos próximos meses, na construção das 6 mil creches
prometidas na sua campanha eleitoral, no programa de alfabetização na idade
certa e em escolas de tempo integral.
A
presidente renovou o seu compromisso com o ensino formal, lembrando que o país
precisa gastar recursos para garantir a formação dos seus cidadãos da creche à pós-graduação.
“Temos que colocar dinheiro, primeiro, no professor, que ganha pouco e tem sua
formação prejudicada.” Disse que só da área de Libra sairão recursos entre R$ 180
bilhões e R$ 220 bilhões para serem investidos em educação nos próximos 10 anos.
E
que a ideia é investir esse dinheiro na qualificação efetiva do ensino, em
creches que propiciem a base para o aprendizado e em escolas de tempo integral
com conteúdos produtivos para os ensinos Fundamental e Médio. “Arte e esporte são
importantes, mas queremos que as crianças e jovens aprendam português, matemática,
ciências e uma língua estrangeira.”
A má
colocação do Brasil nos testes internacionais comprova que a educação continua
precisando de respostas. Mas o compromisso reafirmado pela presidente durante o
Painel RBS Especial de ontem demonstra que, pelo menos, a mais alta autoridade
da nação está sintonizada com esta prioridade nacional que se torna a cada dia
mais urgente.
O entusiasmo da presidente ao falar desse assunto permite
acreditar que não se trata apenas de mais um discurso de boas intenções, prática
comum entre candidatos a cargos públicos. Educação é a resposta certa para os
entraves do desenvolvimento. Educação é a resposta certa para o problema da
insegurança. Educação é a resposta certa para o desafio da construção de um país
mais próspero e justo.
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