O melhor projeto do governo Melo até agora
Discreto e eficiente, Mário Ikeda vem se transformando em um dos mais relevantes secretários da prefeitura da Capital. Ex-comandante da Brigada Militar, trabalha em silêncio na busca por resultados, que já começam a aparecer. Um deles é a valorização da Guarda Municipal, que ganhou visibilidade e relevância durante a pandemia. Além da ampliação do efetivo, que ainda depende de tramitações internas, a entrega de novos equipamentos é uma realidade. A mais recente foi a de 235 novos coletes. O projeto que prevê idade máxima de 30 anos para ingresso na instituição deve ser enviado à Câmara em breve, depois de a reforma de previdência destravar a pauta.
Outra novidade é a obtenção de licença no DNIT para a instalação de novas câmeras na Zona Norte, completando o cercamento eletrônico que já lê mais de 1,5 milhão de placas de automóveis todos os dias.
Como secretário de Segurança, Ikeda coordena também o melhor projeto em construção na prefeitura: a centralização da fiscalização, tradicionalmente conduzida separadamente nas diferentes secretarias e órgãos, gerando choques internos e superposições. Muitas vezes, empresas e cidadãos são confrontados com orientações contraditórias, abrindo margem para injustiças e arbitrariedades. Se a gestão de Sebastião Melo conseguir efetivamente unificar a lógica da fiscalização, deixará um legado ímpar para Porto Alegre.
DO BEM
Servidores públicos do Estado doaram 207 cobertores para o coletivo Mães da Periferia, do Morro Santana, em Porto Alegre. As doações foram realizadas pelo Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS, Associação dos Fiscais Agropecuários do RS e Associação dos Servidores das Ciências Agrárias do RS.
O programa Yocuta, que promove a inclusão social através da gastronomia, está de volta em 2021. Nesta edição, 28 vagas estão disponíveis para jovens de 18 a 30 anos com deficiência intelectual. Os participantes poderão contar com o auxílio de familiares nas atividades, que ocorrerão de outubro a novembro na cozinha do curso de gastronomia do campus Fapa, da UniRitter. As inscrições são gratuitas e ficam abertas até o dia 30 de julho pelo telefone (51) 991769191. Além das práticas gastronômicas, o programa, desenvolvido pela Nestlé Professional América Latina em parceria com a UniRitter e o Pertence, também disponibiliza auxílio e dicas voltadas ao mercado de trabalho.
UFRGS quer produzir substância extraída da maconha
O esquema já foi testado com sucesso. Agora, falta oficializá-lo. O senador Lasier Martins e o reitor da UFRGS, Carlos André Bulhões, apresentaram ontem ao Ministério da Saúde, em Brasília, a solicitação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para produzir um remédio neurológico a partir da maconha apreendida pela Polícia Federal. A ideia é extrair o canabidiol, hoje 100% importado, e depois incinerar o restante da carga.
O pedido será encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tem a palavra final nesses casos.
Memórias do Haiti
Em 2010, voltei ao Haiti a convite do Exército brasileiro, que integrava uma missão no país que acabara de ser sacudido por um terremoto. Em 1995, eu visitara pela primeira vez Porto Príncipe, como enviado da RBS, para cobrir a invasão americana.
Quinze anos depois, fiquei albergado em uma base militar. Tive de assinar um documento eximindo as Forças Armadas de qualquer responsabilidade para poder sair do local sozinho. Graças à intermediação de um amigo, iria entrevistar um candidato à Presidência. A eleição estava marcada para algumas semanas depois.
Cheguei ao comitê e fui logo recebido pelo político. Conversávamos sobre democracia quando ouvi uma algazarra do lado de fora da sala. Imediatamente, entrou um assessor nervoso e esbaforido, me puxou pelo braço e me conduziu, correndo, a uma saída lateral de emergência. Eu só ouvia barulho de gritos, vidros quebrados e estrondos no caminho para a rua, onde cheguei em segurança.
Não sei até hoje o que aconteceu lá dentro. Mas sei que aquele era só mais um dia no Haiti.
Memória
Ganha força a campanha para que o Mercado Público de Porto Alegre receba o nome de Walter Galvani, jornalista que morreu recentemente, aos 87 anos. Galvani foi diretor de redação do jornal Folha da Tarde, patrono da Feira do Livro da Capital e membro da Academia Rio-grandense de Letras. Durante décadas, foi ardoroso defensor da preservação do prédio do mercado.
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