Entrelacos

08 de dezembro de 2013 | N° 17638

EDITORIAL INTERATIVO

A MATEMÁTICA DO ENSINO

É tão simples como contar até 10.

Motive os professores, aproveite oportunidades e parcerias com o governo, controle a lição de casa dos alunos, não deixe nenhum estudante para trás, ofereça aulas de reforço, conquiste o apoio dos pais e você terá as 10 melhores escolas públicas do país no ensino de matemática, disciplina que ainda é considerada tabu por sua dificuldade para a aprendizagem.

Esta listagem foi elaborada pelo site G1, baseado em dados do movimento Todos pela Educação, que acompanha escolas brasileiras desde 2007, exatamente para descobrir por que algumas delas mantêm bom desempenho na Prova Brasil, com resultados acima da média nacional.

O ranking das 10 mais eficientes revela ações gerenciais e atitudes pedagógicas de tal simplicidade, que poderiam muito bem ser replicadas em outras instituições da rede pública para tirar o país do constrangedor 58º lugar entre os 66 países avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Que ações são essas que levam um pequeno grupo de escolas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste a resultados tão animadores no ensino da matemática? Uma delas: não deixar nenhum aluno para trás. Alunos que não acompanham a turma recebem aulas de reforço. Nessa disciplina, explicam os mestres, a criança precisa aprender todo o conteúdo de uma etapa para ir para a fase seguinte. Se não aprender, vai se perdendo no processo e não consegue acompanhar os colegas.

Outra atitude: incentivar os melhores a avançar no próprio ritmo, estimulando- os a participar de olimpíadas e desafios. Em alguns casos, os próprios professores inscrevem os alunos em competições desse tipo, para incentivá-los a lutar por um objetivo claro, com recompensas visíveis, prêmios e menções honrosas.

Um terceiro exemplo de ação da escola: buscar o envolvimento dos pais, para que acompanhem a vida escolar dos filhos, cobrem resultados e os estimulem a fazer os temas de casa.

Além do comprometimento permanente com o progresso dos alunos, há outras ações desenvolvidas por essas 10 escolas (entre as quais, duas gaúchas e uma catarinense) que podem ser imitadas por outras instituições, como facilitar e estimular a formação continuada de professores e aproveitar todas as oportunidades para participar de recursos e programas oferecidos pelos governos.

Administrar bem o ensino, como se vê, também pode ser uma questão matemática: diminuir riscos, somar esforços, dividir responsabilidades e multiplicar resultados.