Jaime
Cimenti
História íntima e dramática de uma
jovem intrépida
A
casa do céu, da ativista e jornalista Amanda Lindhout e da jornalista Sara
Corbett narra, em síntese, a história íntima e dramática de Amanda, uma jovem
intrépida que sobreviveu a um sequestro de 460 dias enclausurada pela milícia
somaliana e como foi seu renascer após o pagamento do resgate.
O
livro foi lançado em setembro na América do Norte e já é sucesso de crítica e
de público nos Estados Unidos e no Canadá, sua terra natal. Amanda é fundadora
da Global Enrichment Foundation, uma organização sem fins lucrativos que apoia
iniciativas para o desenvolvimento, educação e ajuda humanitária na Somália e no
Quênia. Trabalhando como garçonete, ela economizou o dinheiro das gorjetas e
viajou como mochileira pela América Latina, Laos, Bangladesh e Índia, além de
outros países distantes.
Em
países castigados pela guerra, como o Afeganistão e o Iraque, ela iniciou uma
carreira como repórter de televisão e, em 2008, na Somália, “o país mais
perigoso do mundo”, foi sequestrada em uma estrada de terra por um bando de
homens mascarados. Amanda foi mantida em cativeiro por 460 dias, converteu-se
ao islamismo como tática de sobrevivência, recebeu lições sobre “como ser uma
boa esposa” e arriscou-se em uma fuga ousada.
Fugir
ou morrer pareciam as únicas alternativas para se livrar da dor, do medo e da
humilhação. Ela viveu o pior lado da guerra civil e a obra fala de opressão,
esperança e, sobretudo, perdão. O relato pungente de Amanda mostra coragem,
resiliência, beleza, e mostra a capacidade do ser humano em cometer crueldades,
bem como a tenacidade e a compaixão que existe em todos nós.
Amanda
ocupou uma série de casas abandonadas no meio do deserto e sobreviveu através
de suas lembranças, enquanto se lembrava do mundo em que viveu antes do
cativeiro, arquitetava estratégias, criando forças e esperanças. Nos momentos
de maior desespero, ela visitava uma casa no céu, muito acima da mulher
aprisionada com correntes, no escuro e que sofria com as torturas que lhe eram
impostas.
Escrito como se fosse um romance, o livro
mostra a jornada única de Amanda, uma jovem cuja curiosidade a levou até os
lugares mais bonitos e remotos do mundo, seus países mais instáveis e
tenebrosos. Ela mostra, acima de tudo, que, mesmo no coração das trevas, é
possível manter a luz interior e o espírito do perdão.
Editora
Novo Conceito, 446 páginas, www.editoranovoconceito.com.br.
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