segunda-feira, 9 de março de 2009



09 de março de 2009
| N° 15902 - KLEDIR RAMIL


Flatulência bovina

Quando me perguntam por que razão eu sou vegetariano, costumo responder: “por todas as razões”. A escolha de uma alimentação saudável, sem carne, envolve várias questões. Nutricional, física, orgânica, ética, ambiental, econômica, astral e espiritual. Quanto mais eu penso e reflito sobre cada um desses assuntos, mais reafirmo a decisão que tomei há 33 anos.

Sempre se soube que um determinado pedaço de terra produz mais proteína se for usado para a agricultura e não para a pecuária. Alem de trazer um melhor resultado econômico. Já se fala nisso desde os anos 60.

Li uma matéria que diz que a produção de um único quilo de carne bovina demanda o gasto de 15 quilos de grãos e 30 quilos de forragem. E mais, uma área plantada aumenta a quantidade de fotossíntese realizada, o que é muito melhor para o equilíbrio de gás carbônico na atmosfera.

Recentes estudos científicos trouxeram à tona uma discussão inusitada: não consumir carne ajuda a controlar o aquecimento global. Gostei, mais uma razão para eu acrescentar à minha lista. Sempre se falou, mas em tom de brincadeira, que o “pum da vaca”, puro gás metano, seria o principal responsável pelo efeito estufa.

Agora está provado. O estudo feito pelos cientistas da Agência de Impacto Ambiental da Holanda diz que a flatulência bovina é responsável por uma parcela significativa do buraco da camada de ozônio. É tanto boi, tanta vaca soltando pum campo afora que o planeta não aguenta.

O estudo sugere que a prática de uma dieta politicamente correta iria diminuir o rebanho e ajudar a salvar o planeta. Falam de uma redução de 10% da emissão de gases, o que daria uma economia de 20 trilhões de dólares no custo do combate às mudanças climáticas, nos próximos anos.

Todos nós temos uma preocupação com o destino da Terra, mas temos a tendência de jogar a culpa nos outros, quando a natureza se manifesta de maneira catastrófica. A verdade é que cada um de nós pode contribuir um pouco, no seu dia-a-dia. São pequenas atitudes como separar o lixo ou não jogar fio dental na privada que, somadas, vão fazer a diferença.

Se você estava querendo ajudar o planeta e não sabia como, já tem aí uma boa idéia, uma mudança nos seus hábitos alimentares. Além de contribuir com o meio ambiente, você ainda pode entrar em forma e até perder a barriguinha.

E, talvez o melhor dos argumentos, a Terra vai ficar mais cheirosa.

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